domingo, 31 de julho de 2011

Eliminação do Top 7 e Anúncio do Tema e/ou Estilo do Top 5

ANÚNCIO DA ELIMINAÇÃO

Mais um triste momento no I Concurso de Poesia Autores S/A. Este Campo Platônico foi disputado por três gloriosos poetas. Entre eles, dois poetas que, até então, vinham garantindo as primeiras colocações nas sucessivas rodadas: J.J.Wright e O Velho. Curiosamente, o poeta mais jovem da competição e o mais velho, respectivamente. Viemos anunciar, oficialmente, a eliminação dos poetas J. J. Wright (139 votos) e Paracauam (132 votos). Salve-se da degola o poeta O Velho (66 votos). Parabéns, O Velho!

Vamos conferir a trajetória desses dois grandes poetas que foram eliminados?

J. J. Wright, poeta de 22 anos, de Riachão do Jacuípe, Bahia, foi destaque na competição desde a pré-seleção, com o maravilhoso poema ''Chamado''. Professor, J. J. Wright escreveu, no Top 17, o poema ''Na antecâmara do sonho''. Seu estilo objetivo e assaz metafórico foi se concretizando na competição. No Top 15 (Haicais), J. J. Wright nos iluminou com "Satori", conquistando, pela primeira vez, o 1º lugar no ranking dos jurados. Manteve a primeira colocação na etapa seguinte, o Top 13 (Crítica Social), com o poema que imobilizou a todos: ''Imóbile''. Surpreendentemente, J.J.Wright alcançou, mais uma vez, a primeira colocação no Top 11 (O Sertão) com ''O Instante despido". A partir daí, a comissão julgadora do concurso passou a ser alvo de suspeitas, devido às primeiras colocações consecutivas de J. J. Wright. Porém, o mérito de J. J. Wright sempre foi inquestionável. A posteriori, no Top 9 (Poema baseado em imagem), J. J. Wright transformou uma errata em bela poesia: "Errata", e conquistou a segunda colocação no ranking. O último ato de J. J. Wright no I Concurso de Poesia Autores S/A foi com o poema "Último ato", no Top 7 (Poema em homenagem ao autor favorito). J.J. Wright desejava ter seu trabalho valorizado e apreciado por bons leitores e críticos.

Em Tókio, o poeta pára de escrever: O mundo inteiro pára junto.
(Chamado - J. J. Wright)


Paracauam, o único representante estrangeiro nas finais do concurso, deixa o concurso e os bons ares de Portugal também se despedem. Poeta de 48 anos, o professor Paracauam é de Trofa, Portugal. Estreiou, na pré-seleção, com o prolixo poema ''Íthaca". Daí para frente, sua força foi arregimentada por grandes poemas. No Top 17 (O Velho e o Tempo), apresentou-nos o lindo poema "Promontório". No Top 15 (haicais) foi muito bem sucedido com o singelo "Cupido", que acertou sua flecha nos corações dos leitores. No Top 13 (Crítica Social) soltou o verbo em "Momento crítico". No Top 11 (O Sertão), Paracaum nos presenteou com um dos mais belos poemas da competição, o "Aroeira". Sua dificuldade foi expressa, anteriormente, por ele ser de Portugal e não conhecer a respeito do sertão. Com o poema "Sísifo", no Top 9 (Poema baseado em imagem), Paracauam foi para o Campo Platônico. E venceu. Porém, Paracauam não resistiu a mais um Campo Platônico, e despede-se da competição com o poema do Top 7 (Poema em homenagem ao autor favorito), a bela homenagem a Fernando Pessoa, seu conterrâneo: ''Rebanho".
Paracauam queria divulgar sua poesia no meio virtual. E o fez com muita competência.

Não sou poeta-Pessoa
Não posso andar a fingir
Uma qualquer dor
Que não me doa.
(Paracauam - Aroeira)


ANÚNCIO DO TEMA E/OU ESTILO DO TOP 5

Aos 5 poetas que prosseguem: agora será anunciado o 7º tema e/ou estilo da sétima rodada, o TOP 05

PARA O TOP 5, OS POETAS FINALISTAS DEVERÃO ESCREVER UM POEMA DE TEMA LIVRE E ESTILO: SONETO.


Lembrando que: os poemas deverão ser enviados até as 23:59min. desta quinta-feira (04/08/2011). Fiquem ligados!

O vencedor desta rodada será agraciado com um livro! Sim, vamos premiar novamente o poeta que alcançar o primeiro lugar no ranking dos jurados! Quer saber o livro?... Hum, suspense! Em breve postaremos aqui no blog, em post excepcional. Podemos adiantar que é uma jóia da literatura!
Caprichem, pois entramos na reta final, caros poetas!

Boa sorte a todos!
Autores S/A.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Comentários, notas e anúncio do Campo Platônico do Top 7

APRESENTAÇÃO:

Jurados: Ângelo Farias, Ludmila Maurer e Nilto Maciel.
Jurados convidados: Ana Elisa Ribeiro e Valéria Campos Muniz.

Nesta rodada, teremos a presença dos nossos três queridos jurados oficiais, além das professoras Ana Elisa Ribeiro e Valéria Campos Muniz. Ana Elisa também é poetisa (ótima, diga-se de passagem), além de ser colunista de um dos mais importantes sites culturais do Brasil. Valéria é especialista na gramática da Língua Portuguesa, embora tenha um vínculo forte com a literatura. Seu olhar “gramatical” de Valéria e o olhar mineirinho da PhD em Comunicação, Ana Elisa, serão os diferenciais neste corpo de jurados.


Nesta rodada, alguns jurados expressaram suas opiniões sobre suas preferências literárias. Quais autores eles homenageariam, caso se dispusessem a tal proposta do Top 7?

Ângelo Farias: Eu não sei quem homenagearia; não gosto tanto de algum poeta a ponto de apreciá-lo mais que todos e escolher para uma homenagem.  Acho que preciso disso para destacar um.  Dos que conheço, gosto de algumas poesias, desgosto de outras, sem diferenças relevantes de proporção. Sei mesmo é que gosto muito de poesia.

Ludmila Maurer: Buscando um nome no universo favorável de poetas, homenageio João Cabral de Melo Neto pela poesia  que extrai o máximo de significado da palavra.

Nilto Maciel: Eu homenagearia Fernando Pessoa, mesmo que me sentisse chamado a louvar também Machado de Assis, Kafka, Jorge de Lima, Augusto dos Anjos, Antero de Quental e tantos outros seres magníficos. 

Ana Elisa Ribeiro: Eu homenagearia o Paulo Leminski, que foi o poeta que mais impacto causou na maneira como eu escrevo e até na forma como vejo o mundo.


Valéria Campos Muniz

Valéria Campos Muniz é graduada em Letras (Português e Italiano) pela Uerj. Possui Mestrado em Língua Portuguesa, pela Uerj. Está em fase de elaboração da tese no Doutorado, também em Língua Portuguesa, pela Uerj.  Atua como professora dos cursos de Letras e Administração da Universidade Estácio de Sá.  É coordenadora do curso de Letras da Universidade Estácio de Sá – Campus Nova Friburgo.

Entrevista com Ana Elisa Ribeiro

Ana Elisa Ribeiro, nascida e residente em Belo Horizonte, 35 anos. Doutora em Linguística e pós-doutora em Comunicação. Professora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Publicou os livros de poemas "Poesinha" (Poesia Orbital, 1997), "Perversa" (Ciência do Acidente, 2002) e "Fresta por onde olhar" (InterDitado, 2008), além de poemas e contos em coletâneas no Brasil e em Portugal. É colunista do Digestivo Cultural (www.digestivocultural.com) desde 2003
No Twitter, é @anadigital.


Lohan: Olá, Ana Elisa. É um enorme prazer recebê-la no blog Autores S/A. Ana, você já escreveu algum poema ou texto de outro gênero em homenagem a um autor(a) de sua preferência? Aliás, qual é o seu autor(a) favorito, Ana Elisa?

Ana Elisa Ribeiro: O prazer é meu. Não sei se tenho um autor favorito, mas tem uns caras que mudaram meu modo de ver a literatura e o mundo. O primeiro que me vem à cabeça é o Paulo Leminski, o kamiquase curitibano. Outro é o Fernando Pessoa, o múltiplo português e todos os seus diversos, especialmente o Álvaro de Campos. O Guimarães Rosa, nosso mineirão aqui, não pode deixar de ser citado. Escrevi sim poemas inspirados em alguns poetas aí. O mais evidente é um poema que refiz ou recriei com base na Cantiga da Ribeirinha, do Paio Soares Taveirós, autor medieval do que é considerado o primeiro texto escrito em língua portuguesa. É uma espécie de tradução. Há outros. Acho que fiz coisas inspirada no Leminski. Mas fiz outras inspirada em poemas de poetas que não curto muito também. Uma espécie de "melhoria".

Lohan: Tomando como suporte um dos títulos de seus textos publicados no site Digestivo Cultural (http://www.digestivocultural.com/), o ''É possível conquistar alguém pela escrita?'', faço-lhe a seguinte pergunta: enquanto poeta, como conquistar o seu leitor? Existe algum artifício em especial, ou basta exprimir a sua verdade?

Ana Elisa Ribeiro: Não sei se existe artifício. Os leitores são vários, então você fisga uns e não fisga outros. Não há como saber. O escritor universal não existe, né. O que eu vejo é que os temas pegam leitores, mas o texto fácil, ágil, rápido também pega. Escrever sobre sexo, por exemplo, é batata. Mas texto bom é bacana também. Eu tento escrever com espontaneidade e meu jeito é esse, é ágil. Não pensei em técnicas para isso. Já o texto do Digestivo... Bem, é aquilo. A escrita pode funcionar como canto de sereia. Há pessoas que se apaixonam pelo eu lírico ou pelo narrador. É possível conquistar alguém por e-mail, por exemplo. Ou pelas colunas do site. Já aconteceu comigo.

Lohan: De acordo com sua experiência como professora e poeta, qual conselho e/ou sugestão você dirige a todos os poetas desta competição? Qual o caminho você aponta para um poeta sagrar-se querido tanto entre os jurados como entre o público-leitor e, dessa forma, poder vir a ser o vencedor do concurso?

Ana Elisa Ribeiro: Difícil dar conselhos ou recomendações. Poesia se faz testando, escrevendo, ganhando intimidades com a língua, deixando a expressão vir. Poesia é um parafuso solto. Eu sugiro não forçar a barra e não querer se parecer com alguém.

SUGESTÃO DE LEITURA:

Hoje a sugestão é novamente da jurada Ludmila Maurer:
- "Algumas reflexões sobre poética de vanguarda", de Cassiano Ricardo. Ed. José Olimpio.

POEMAS COMENTADOS E NOTAS (NOTAS DE: 05 a 10)

Pseudônimo: Príncipe Desavisado
Poema: Azuis

Ângelo Farias: Realização da proposta e sustento do tom.
Nota: 8,5

Ludmila Maurer: Sujo, vermelho, azul, luta, maranhão, concretismo, exílio: Ferreira em Azuis.
Nota: 9

Nilto Maciel: Este poema é o retrato de Ferreira Gullar ou de qualquer grande poeta. Obra literária do mais alto valor.
Nota: 10

Ana Elisa Ribeiro: Boa pegada, embora o poema pudesse terminar antes, isto é, talvez se tenha escrito demais.
Nota: 9

Valéria Muniz: Interessante a temática, mas a estrutura ficou muito complexa. Senti falta de uma fluidez, de movimento.
Nota: 8

Pseudônimo: Ivanúcia Lopes
Poema: Bandeira tinha razão

Ângelo Farias: Embora também com ruídos na figuração de alguns conceitos, é um bom exemplo de desopressão poética. 
Nota: 8

Ludmila Maurer: Intertextualidade bem ilustrada na forma que abandona a metrificação tradicional e acolhe o verso livre, tal qual o mais lírico dos poetas. Melancolia bem inscrita, angústia revelada assim como a procura de uma forma de sentir a alegria de viver.
Nota: 9,5

Nilto Maciel: Bem ao estilo de Bandeira. A autora (o eu–lírico) se misturando ao poeta de Pasárgada. Boa realização poemática.
Nota: 7,5

Ana Elisa Ribeiro: O lirismo meio mimetizado, tomado de empréstimo a Bandeira, soa forçado às vezes.  O excesso de referências também incomoda.
Nota: 7,5

Valéria Muniz: Algumas partes do poema estão destoando de outras.
Nota: 8,5

Pseudônimo: León Bloba
Poema: Danças

Ângelo Farias: Hoje se fala pouco em emulação, como a de um G. de Matos, por exemplo.  Mas podemos reconhecer o poeta em seu êmulo algumas vezes.
Nota: 8

Ludmila Maurer: Ritmo para uma Poesia completa, um Quintana de bolso.
Nota: 10

Nilto Maciel: Excelente poema. Quintana deveria se sentir muito feliz, se conseguisse ouvir/ler esta poesia feita de sons de grilos, ventos, passos, danças, cantos, mundos.
Nota: 9

Ana Elisa Ribeiro: Excesso de referências ao poeta homenageado, o que dá certo ar de missão ao poema. Boas soluções em rimas e em imagens poéticas.
Nota: 8

Valéria Muniz: Leitura suave, com cadência. Poema gostoso de ler.
Nota: 10

Pseudônimo: Cervan
Poema: e-mail pro magistral

Ângelo Farias: Imagens e considerações interessantes. Apenas algumas licenças de tímida convicção. 
Nota: 7,5

Ludmila Maurer: Segundo Chacal, o poema escrito, preso a um livro, por exemplo, é complemento da performance – vide Homero – e da internet. Logo, email pro magistral é boa oportunidade de cruzamento com o homenageado, não somente pela menção ao virtual como também pelo fato de o poema não ter que ter modelos preestabelecidos, com uma grade para que se solte o poeta na formalização. “O poema sabe de si. Vem de uma forma ou de outra, mas vem".
Nota: 8,5

Nilto Maciel: Um tanto prolixo, mas desleixado como na poesia marginal dos anos 70, e, por isso, mais próxima da bermuda e do estar à vontade.
Nota: 8

Ana Elisa Ribeiro: Boa sacada para finalizar, a despeito de certa “folga” nos primeiros parágrafos.
Nota: 9

Valéria Muniz: Em face dos demais, a temática deste poema está muito simples. Pouco trabalhado.
Nota: 7

Pseudônimo: Paracauam
Poema: Rebanho

Ângelo Farias: O conhecimento e o apreço têm sua manifestação, mas a expressão pode transcender um pouco mais.
Nota: 7

Ludmila Maurer: Belo o equilíbrio entre os poetas, a vida, a obra, a metáfora imagética.
Nota: 9

Nilto Maciel: Em face dos demais, a temática deste poema está muito simples. Pouco trabalhado, assim como o anterior.
Nota: 7

Ana Elisa Ribeiro: Uma espécie de lista de referências a Pessoa e a seus heterônimos. A homenagem ficou exagerada, pouco poética, muito preocupada em cumprir a missão.
Nota: 6

Valéria Muniz: Muito interessante a estruturação intertextual do poema.
Nota: 9


Pseudônimo: J. J. Wright
Poema: Último Ato

Ângelo Farias: Embora haja, em alguns momentos, incoerência entre a metáfora e o conceito figurado, não se perde o lirismo nem a filosofia.
Nota: 8

Ludmila Maurer: O estilo coloquial de Bukowski amplia a imagem que se pretende. Os sentimentos mais relevantes para a composição de toda a sua obra é trazida neste poema do Último ato: melancolia, repulsa, ódio, nojo, paixão e amor. O “Velho Safado” por também transformar o dia-a-dia em poesia fascinou gerações à procura de identidade, o mesmo incitando este poema.
Nota: 9

Nilto Maciel: Sintético, como um retrato numa moldura sobre a mesa: a solidão é o nada, mas é o tudo.
Nota: 9

Ana Elisa Ribeiro: A imagem da casa no final é a melhor parte do poema e está bem-colocada, mas o texto não impressiona.
Nota: 7

Valéria Muniz: Em face dos demais, a temática deste poema está muito simples. Pouco trabalhado
Nota: 6,5


Pseudônimo: O Velho
Poema: Vladimirável Maiakóvski

Ângelo Farias: O texto é opaco quanto à exploração sistemática de alguns recursos.
Nota: 7

Ludmila Maurer: Vladimirável rememora Maiakovski dos anos 20, com rimas e imagens inusitadas, com o uso da fala cotidiana, porém de tom direto. Ainda traz este poema o desmedido, o exagerado a abraçar a dimensão poética do homenageado.
Nota: 9

Nilto Maciel: Belíssimo jogo visual de sons e vocábulos.
Nota: 7

Ana Elisa Ribeiro: Bom jogo com as palavras, embora essa forma poética me soe um tanto saturada, isto é, essas palavras entrecortadas, realinhadas.
Nota: 8

Valéria Muniz: Apesar de interessante, não me agradou nem a forma nem a temática.
Nota: 7,5

RESULTADO DO CAMPO PLATÔNICO DO TOP 7

De acordo com as notas atribuídas pelos jurados, os três poetas menos votados nesta rodada que irão disputar no Campo Platônico a permanência na competição são:

*J. J. WRIGHT (Por “Último ato” – 39,5 pts.)
*O VELHO (Por "Vladimiravel Maiakovski" – 38,5 pts.)
*PARACAUAM (Por “Rebanho” – 38 pts.)

(Acesse o perfil desses candidatos no blog, e saiba mais sobre o histórico deles neste concurso).

Eis o ranking desta rodada (votação dos jurados):
1º León Bloba (Por "Danças" – 45 pts.)
2º Príncipe Desavisado (Por “Azuis”- 44,5 pts.)
3º Ivanúcia Lopes (Por "Bandeira tinha razão" – 41 pts.)
4º Cervan (Por "e-mail pro magistral" – 40 pts.)
5º J. J. Wright (Por "Último ato" – 39,5 pts.)
6º O Velho (Por "Vladimiravel Maiakovski" - 38,5 pts.)
7º Paracauam (Por "Rebanho" - 38 pts.)

Apenas um (1) desses três candidatos (em vermelho) irá se salvar. Dirija-se à enquete ao lado e vote naquele que você deseja que seja o eliminado da competição. Os dois menos votados deixarão o I Concurso de Poesia Autores S/A. 
Parabéns, León Bloba! Você é o grande ganhador desta rodada, e será merecidamente premiado com o livro "Eu e outras poesias", de Augusto dos Anjos. Aguarde o envio do livro!
Atenção:
A partir da próxima rodada (o Top 5), o Campo Platônico passará a ser formado por apenas 2 poetas (os 2 poetas menos votados pelos jurados). Será um duelo. E mais: os votos, a partir da próxima rodada, não serão mais atribuídos pela eliminação do poeta, mas sim, em prol da permanência do poeta. Ou seja: no duelo, aquele que receber mais votos do público-leitor, continuará vivo na competição.
Agradecemos a atenção de todos. Parabéns aos que resistiram nessa rodada e boa sorte aos candidatos que estão no temido Campo Platônico. E este... O Campo Platônico da morte! A votação será encerrada amanhã, às 23:00 horas. Obrigado, Autores S/A.
O que acharam do resultado do Top 7? Comentem!

Top 7 (Poema em homenagem ao autor favorito)

Sejam bem vindos ao Top 7! Antes de prosseguirem, é fundamental que assistam a este vídeo. A abertura oficial do Top 7 do I Concurso de Poesia Autores S/A!



Virou poesia

 meu poema delira
se atira contra as rochas da linguagem
meu poema me gira
em torno da imagem...

É um turbilhão que a falésia erode -
De grão em grão se sedimenta.
E amalgamando tudo como pode,
O poema imerso se reinventa.

O Choro e o Verbo.
Nas palavras, a nitidez e o encanto.
No pranto desvelado,
o avesso de um verso.

com a ponta da esferográfica
rabisco letrinhas
esboço um truque de mágica
que fica nas entrelinhas

e tiro da cartola trágica
um coelho muito branco
que explode nas retinas
de uma plateia assustada

poesia pode ser o que se queira
transmuda-se ao prazer de quem a reinventa
o palco cheio ou vazio pouco importa
é no olho/leitor que ela se contenta.

Verso que grita com fome
Pede a rima que sustenta e sacia.
O avesso ainda sem nome.
Arrebenta! E vira poesia.

O poema acima é mais nova atração do I Concurso de Poesia Autores S/A: o Poema S/A. Foi pedido a cada um dos 7 poetas finalistas que escrevessem uma estrofe e indicassem um próximo poeta para continuá-la. O poeta que finalizou o Poema S/A ficou incumbido de atribuir um título ao poema. Nasceu o Virou poesia.
Este belo poema, cujo parto se deu em conjunto, teve o seu pontapé inicial dado pelo poeta O Velho. Por ter vencido a última rodada (o Top 9), O Velho ganhou esse direito. E assim será, de agora em diante: o poeta que alcançar a primeira colocação no ranking ganhará o direito de iniciar o Poema S/A da rodada posterior. As demais estrofes foram escritas por:
2º estrofe: León Bloba         
 3º estrofe: J. J. Wright      
4º estrofe: Cervan  
5° estrofe: Paracauam
6º estrofe: Príncipe Desavisado        
 7º estrofe e o título: Ivanúcia Lopes
Parabéns aos 7 poetas por este belíssimo trabalho em conjunto. Cada um com seu estilo, cada um com seus saberes: a interação funcionou! Salve a poesia!

                                            









Neste Top 7, o tema proposto aos poetas foi: que escrevessem um poema em homenagem a seus autores favoritos. E assim eles fizeram (e lindamente, diga-se de passagem). Este Top 7 está emocionante! Pedimos aos poetas também que destacassem um trecho de um livro, ou uma declaração pessoal de algum autor (a), de qualquer nacionalidade, que tivesse sido marcante em sua vida. As respostas dos autores podem ser lidas logo acima de seus poemas, mais a frente.
Qual é o seu autor favorito, caro leitor? Manifeste-se nos comentários!



Agora, apresentaremos as entrevistas que fizemos aos poetas eliminados na última rodada, o Top 9. São eles: Alan de Longe e Aline Monteiro. Como será que eles reagiram após a saída do I Concurso de Poesia Autores S/A? Descubram, logo abaixo. Boa leitura!

ENTREVISTA COM OS ELIMINADOS DO TOP 9

1. Quais foram suas impressões gerais do I Concurso de Poesia Autores S/A?

Alan Longe: O concurso está sendo uma experiência de crescimento interessantíssima. Aqueles que, iguais a mim, já foram eliminados tiveram uma oportunidade excelente de crescimento; os que permanecem, ainda mais. Pudemos ter os nossos poemas julgados por uma plêiade de jurados de muito conhecimento técnico e, num segundo momento, avaliados pelo público leitor (público este, leitor de poesias. Algo tão raro nos dias de hoje!). Acredito, portanto, que os dezessete autores que permaneceram após a Fase Classificatória tiveram e alguns ainda têm a oportunidade de se desenvolverem muito como poetas. Sem esquecer a Organização: impecável, sempre solícita e de muito respeito para os competidores.

Aline Monteiro: As impressões foram as melhores possíveis, pela atenção prestada aos candidatos, pela seriedade do certame, pelo respeito aos trabalhos apresentados e principalmente pelo empenho dos organizadores do blog em fazer desse concurso o sucesso que está sendo. Meus parabéns a todos os organizadores, eu me senti realmente valorizada enquanto escritora que pretendo me tornar e agradecer pelo espaço cedido, fiquei muito feliz de poder representar o norte do país e meu estado, o Amapá, nesse concurso.

2. Você teria algo a dizer a respeito dos jurados, ou ao público que votou pela sua eliminação?

Alan de Longe: Sim. Para minha surpresa, superei a fase dos haicais, estilo que tenho enorme dificuldade, já na fase seguinte eu esperava continuar na competição – e, continuei –; já na fase em que fui eliminado, havia produzido cinco poemas e fiquei num dilema terrível, qual deles enviar. Enviei aquele que achei mais “enxuto”, não o que mais gostei e fui eliminado, todavia a minha eliminação não foi desonrosa, pois a minha nota recebida - ainda que a menor, não estava muito aquém do primeiro colocado - e, no Campo Platônico, empatei com um excelente poeta Paracauam. Acredito que os jurados estão sendo totalmente imparciais e evidenciando sempre a potencialidade de cada autor criticado.

Aline Monteiro: Eu gostaria de agradecer as críticas, os conselhos dos jurados que consequentemente me fizeram ter um olhar diferente para os meus poemas e que me fizeram ter certezas também do que eu sou e do que quero. Quanto ao público agradecer aos que votaram em mim e aos que não votaram também e que foram fiéis a sua opinião, dessa forma.

3. Dos 7 poetas competidores que restaram, em quem você aposta para ser o vencedor do concurso?

Alan de Longe: Acredito que aqueles dois autores que vêm tendo uma regularidade melhor em todas as fases têm mais chances, porém sempre pode haver aquele competidor que numa das fases subseqüentes pode surpreender com um texto extraordinário, uma vez que todos são excelentes poetas.

Aline Monteiro: Na verdade minha torcida é para os 7 sobreviventes! Deixo minha torcida e admiração aos 7 porque é muito difícil escrever com um tema determinado e com prazo! É uma pressão desafiadora, mas que acaba limitando o escritor.

4. Você deseja deixar alguma mensagem aos poetas que permanecem na competição? 

Alan de Longe:A felicidade não está no fim da jornada e sim em cada curva do caminho que percorremos para encontrá-la. (Anônimo).

Aline Monteiro: Eu gostaria de parabenizá-los pelo empenho, dedicação e que, apesar do resultado do concurso, que todos possam seguir com seus projetos e desejo sucesso em suas realizações. Muito obrigada a todos.

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Sorteio de livro: Nesta rodada, não iremos sortear o livro Tesselário, do escritor Geraldo Lima, neste post (conforme havia sido tratado). Decidimos sorteá-lo na página do Autores S/A no Facebook. Acessem o link: http://www.facebook.com/event.php?eid=150988198309174 e respondam: “Qual é a importância da poesia na sua vida?”. O autor da melhor resposta (que obedecer as regras lá impostas) ganhará o livro de minicontos Tesselário, autografado, do Geraldo Lima. Vale ressaltar que somente quem possui uma conta no Facebook poderá participar deste sorteio.

É chegada a hora de conferirmos quais foram os autores homenageados pelos nossos caríssimos poetas, em seus poemas. Lembrando que a ordem dos poemas foi estabelecida de acordo com a ordem alfabética (dos títulos). Não deixem de comentar, no fim do post. Qual poeta ficará em 1º lugar no ranking desta rodada e será agraciado com o livro “Eu e outros poemas”, de Augusto dos Anjos? Façam suas apostas!
Boa leitura a todos! Obrigado.

TOP 7 (TEMA: POEMA EM HOMENAGEM AO AUTOR FAVORITO) - POEMAS:

"Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem".
(Ferreira Gullar)


De Juiz de Fora, Minas Gerais: Príncipe Desavisado, 29 anos.
Príncipe Desavisado destaca um trecho do livro “Grande Sertão: Veredas”.
"Viver é muito perigoso", frase do Riobaldo.
Acho que é a base ideal da poesia: criar e recriar realidades para interferir no real. (Príncipe Desavisado). A seguir, o poema de Príncipe Desavisado:

Autor homenageado: Ferreira Gullar

Título: Azuis

pouco importa que seja
azul o gato/galo/cavalo
pouco interessa se hoje
suas ideias não sejam vermelhas
teu nome – josé – já esteve
em outro poema – e agora?

dentro da noite veloz
nós – eu, teu assíduo leitor;
eu, pretenso poeta – te trago
via retinas do exílio das páginas
que têm sentido somente se abertas
espertas a se/te doarem em sua essência
mais robusta: teus versos.

em vias paralelas, como euclides
aguardo o dia em que nos encontremos
via palavra, minha busca, teu nobre ofício,
no infinito mais escuro e denso
que o apodrecer natural de frutas maranhenses.

contradigo-te-me e a teus versos
vértices de um triângulo de n lados:
que jamais jazam calados
sempre colados concretos colírios
aos azuis – pouco importa se sujos –
poemas em constante luta corporal.



“Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor”.
(Manuel Bandeira)


De Marcelino Vieira, Rio Grande do Norte: Ivanúcia Lopes, 24 anos.
Ivanúcia Lopes destaca um trecho de Manuel Bandeira:
“Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.

— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples!”

O Poeta Bandeira foi o homenageado de um Projeto de extensão que idealizei, e desenvolvi com alguns colegas, na faculdade.  O Projeto tinha o título de “POESIA NA ACADEMIA” e foi uma homenagem ao Poeta Manuel Bandeira. Na oportunidade promovemos palestras e exposições sobre a vida e obra do poeta. O momento foi marcante e me ajudou a desenvolver alguma maturidade poética. (Ivanúcia Lopes). A seguir, o poema de Ivanúcia Lopes:

Autor homenageado: Manuel Bandeira

Título: Bandeira tinha razão

Vi uma estrela tão alta e fria, como a de Bandeira.
E me senti tão vazia.
Um ser distante. Estranho. Feito lagarta listrada.
Feito bicho solto na imundície.
Feito louca. Rastejando e sendo olhada.
Quis pegar o trem de ferro para ir visitar o rei.
Passar o dia a toa. Feito andorinha.
E ver a estrela da manhã, só minha.
Quis ser feliz nas ondas do mar. Esquecer tudo e descansar.
A eternidade está longe, mas ainda no meu destino
Eu quero, como o poeta, a delícia das coisas simples.
E talvez ainda me reste, ensaiar um tango argentino.
Sem pensar na arte de amar, sem querer aquele menino.
E se fosse pra mim o conselho pra Tereza
Eu teria te ouvido, Bandeira.
Porque estou farta desse sujeito sentimental.
Com lágrima e sem coração.
E eu que já tomei tristeza, levaria essa lição.
Vou mimbora.
Vou depressa.
Vou correndo.
Bandeira tinha razão.

“Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um.”
Mário Quintana
Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: León Bloba, 23 anos.
León Bloba destaca este trecho do livro “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Marques:
“– É o maior diamante do mundo.
– Não – corrigiu o cigano. – É gelo.
José Arcadio Buendía, sem entender, estendeu a mão para o bloco, mas o gigante afastou-a. ‘Para pegar, mais cinco reais’, disse. José Arcadio Buendía pagou, e então pôs a mão sobre o gelo, e a manteve posta por vários minutos, enquanto o coração crescia de medo e de júbilo ao contato do mistério. Sem saber o que dizer, pagou outros dez reais para que os seus filhos vivessem a prodigiosa experiência. O pequeno José Arcadio negou-se a tocá-lo. Aureliano, em compensação, deu um passo para diante, pôs a mão e retirou no ato. ‘Está fervendo’, exclamou assustado. Mas o pai não lhe prestou atenção. (...) Pagou outros cinco reais, e com a mão posta no bloco, como que prestando um juramento sobre o texto sagrado, exclamou:
            – Este é o grande invento do nosso tempo.”

Ao ler pela primeira vez este trecho, do livro Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, não só me senti inserido neste cenário de mistério pela fascinante novidade trazida pelos ciganos a Macondo, como me vi também transportado imediatamente para uma lembrança forte da infância: meu pai me levando a uma feira de novidades tecnológicas, onde olhávamos nossas figuras dentro de uma tela de computador, filmadas por uma webcam. Lembro de ele repetir exclamações semelhantes às de José Arcadio Buendía e o quanto aquilo tudo soava inovação. O trecho da ficção e o trecho da vida são marcantes para mim. (León Bloba). A seguir, o poema de Léon Bloba:

Autor homenageado: Mário Quintana

Título: Danças

“Os grilos são os poetas mortos.”
(Mario Quintana)

Cada palavra sua
É um baú de espantos aberto
Dentro de um só tão repleto
De retentivas da infância.

Cada palavra nua
É apinhada de vento,
Fazendo o tempo dançar
Rodado em contratempo.

Batamos com nossos pés,
Com nossos sapatos floridos,
Cirandas de feiticeiros
Encantados pelo ritmo!

Então, Poeta, dancemos,
Na Rua dos Cataventos,
Que giram lançando andamentos
De abertas lembranças no ar!

Danças, danças, danças...
Suas letras sempre dançam
E se entrelaçam tão mansas
Nas tranças de algum luar.

E pelas esquinas dos sonhos
Acesos em nossos segundos,
Passamos e vemos dançando
Dez mil lampiões rubicundos!

(E enquanto dançamos,
Um grilo, num canto,
Percebe com espanto
O mistério do mundo...)


"meu amor se esparrama na grama

Meu amor se esparrama na cama

meu amor se espreguiça

meu amor deita e rola no planeta".
(Chacal)

De Piracaia, São Paulo: Cervan, 25 anos.
Cervan destaca um pensamento de Carlos Drummond de Andrade:
"Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação . Até os poetas se armam , e um poeta desarmado é , mesmo , um ser a mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compromissos".
Esse pequeno trecho me fez ver o tamanho da responsabilidade de quem se propõe a escrever, além do que, me trouxe à noção de que escrever não é algo fácil, muito pelo contrário, é algo que se dá através de muito trabalho. (Cervan). A seguir, o poema de Cervan:
                                               
                                      Autor homenageado: Chacal
Título: e-mail pro magistral

ainda menino achava que a poesia
era um troço chato
cheio de pompas, pieguices

um troço costurado
pelo famigerado vocábulo robusto prolixo previsível
(vide final de novela das oito)

não entedia nada
não sentia nada
achava tudo muito preso

tédio

você apareceu
e ai pude ficar à vontade

hoje estou tão à vontade
que uso bermuda larga
e também deito e rolo
na grama (á)
                       t
                               i
                                    c
                                          a


“Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo”.
(Fernando Pessoa)


De Trofa, Portugal: Paracauam, 47 anos.
Paracauam destaca um trecho do “Livro do Desassossego”, de Bernardo Soares.
Fonte: Vol. I. Fernando Pessoa. (Recolha e transcrição dos textos de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha. Prefácio e Organização de Jacinto Prado Coelho). Lisboa: Ática, 1982. – 21.
“Tudo se me evapora. A minha vida inteira, as minhas recordações, a minha imaginação e o que contém, a minha personalidade, tudo se me evapora. Continuamente sinto que fui outro, que senti outro, que pensei outro. Aquilo a que assisto é um espectáculo com outro cenário. E aquilo a que assisto sou eu.”

Fernando Pessoa é, para mim, o grande escritor da língua Portuguesa do Século XX. Eu li e reli as diversas heteronímias de Pessoa uma quantidade de vezes tão extensa que, agora, quase sei de cor diversas de suas dores… Até porque penso que se Fernando mulher fosse era Florbela e se saísse do armário seria de Sá-Carneiro… (Paracauam). A seguir, o poema de Paracauam:

Autor homenageado: Fernando Pessoa

Título: Rebanho

Tantas gentes
A coabitar
Uma só cabeça.
Um desassossego nas
Paredes da Tabacaria.
Um fingir que é dor.
Tantas letras
Na essência musical
Dos (teus) versos inúteis…

Porque quem ama
Nunca sabe o que ama
E eu te amo Pessoa,
Venero teus Reis
E teus Campos.
Quem fostes vós
Neste mundo aberto?
A destilar belas flores
E tosquiar o Carneiro
Na Brasileira de Lisboa…
De quem fostes voz
Para um deus Caieiro?

Deixo as asas dos
Quatro anjos
Tapar-me os olhos
E não me preocupo
Em saber qual és,
Fernando, que
Soares aos ouvidos.

“A vida me fode, não nos damos bem. Tenho que comê-la pelas beiradas, não tudo de uma vez só. É como engolir baldes de merda”.
(Charles Bukowski)

De Riachão do Jacuípe, Bahia: J. J. Wright, 22 anos.
J. J. Wright destacou um trecho do conto ''O Estrategista", de Saki.
 "Mas Agnes era gorda primeiro e bondosa depois; esses eram os princípios que guiavam sua vida."

Uma bela demonstração de humor britânico. Mudou minha vida. (J. J. Wright). A seguir, o poema de J. J. Wright:
Autor homenageado: Charles Bukowski
Título: Último ato

“esperando pela morte
como um gato
que vai pular
na cama”
Charles Bukowski

rostos petrificados
no porta-retrato

uma mulher
chama meu nome
não respondo

uma garrafa de uísque
e este enorme nada
ocupando toda a casa



“A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo”.
(Vladímir Maiakóvski)

De Macaé, Rio de Janeiro: O Velho, 50 anos.
 “São tantas as citações que poderia mencionar aqui, mas escolho uma da Clarice Lispector”:
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que faz sentido, eu não, quero uma verdade inventada."

Quando li isto, eu estava na universidade e vivia em grandes dificuldades em muitas dimensões humanas, quando conheci Izaura Carolina, que possibilitou que eu inventasse uma realidade, que embora diferente da dela, se revelaram tão misturadas que nunca mais pudemos distinguir onde começava a vida de um e terminava a do outro. (O Velho). A seguir, o poema de O Velho:

Autor homenageado: Vladímir Maiakóvski

Título: Vladimirável Maiakóvski

desmetri
            fica
               da
                 mente
semeada
           pelos
                Campos
da
  megaroa
           concretacidade

verso martelo
                 convite ao berro
                                      de-sa-cato

falando
         versos
                nunca
                       fatos

versos de tundra
                     oriunda
                           do crânio-gênio
                                           apinhado-apanhado
                                                                 hiperbólico

uma letra
           alarma qual trombeta
                                    estronda feito bomba


ri                      ou
mas                  tu
ve                     bro
ras                    ou
mas                  cu
ri                      bo

coloquial
           moderna
                  (por hora
                             arcaica)
sui-ci-dado
            (sem bilhete
                            com balido)
por uma
             bala
                   laica.

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                                            (Editora Multifoco, a patrocinadora do concurso)